As Palavras Andantes


Acredito que voltei pra casa com aquela cena: as crianças descendo, ao ritmo da música, as escadas e conduzindo quem eles encontravam ao palco, “pra dançar do seu jeito.” Que cena linda! Inteiros e contagiados pela grandiosidade daquela ação que parece tão singela, soltamos o corpo. Dançamos, todos, no ritmo da Luta. Celebramos o processo que ganha uma cara, uma cena, um ato. Dançamos embalados pela poesia de encontrarmos lindos resultados. E estagiários, Vivi, João e muitas crianças naquele palco grande contam a todos que ali assistiam qual era “a cara do Camará...


Expressar-se, se jogar, se atirar, fazer belos passos de dança no improviso. Não ter vergonha de subir no palco das nossas rotinas, das nossas próprias e coletivas vidas, de lutar pelos nossos direitos, de produzir humanidades e afetos e dançar... Dançar e se jogar nas belezas que esses processos todos trazem. Dançar e se jogar nas alegrias daquele dia que, aparentemente caótico, produziam coisas que eu não imaginaria.E nos passos de danças, cada qual no seu estilo, orquestrávamos, no descompasso, um lindo espetáculo. Nas forças que passeavam e atravessam a todos nós ali naquele palco...esse é o nosso fazer-Camará...

Cássio Viana
22/05/2014
(sobre atividade no Quarentenário)


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O que foi estagiar no Camará? Foi aprender a me permitir estar aberta pra potência de cada encontro, deixar-me ser transformada no contato pele-a-pele, na exploração de um território (físico, social, afetivo) e nas caretas divertidas entre conversas intensas, tocantes e (re)construtoras.

Participar/estar/ser desse projeto me ajudou a desconstruir e reconstruir tantas (in)certezas, a entender que “vestir o Camará” é vestir-se de si próprio e poder estar inteira em cada experiência, deixando também que o inteiro do outro forme contigo e com o coletivo uma outra coisa, que não é “eu” ou “você”, mas um “nós”.

Esse um ano de Camará abriu espaço para tanto crescimento e mudança de perspectivas, que a frase “tia, como você ta chata hoje!” ganhou tantos (re)significados, no qual em um primeiro momento era motivo de dúvidas sobre minha atuação e hoje, é saudade de uma frase tão afetuosa e que abre links para tantas lembranças viajantes!

Allana
em 31/07/2014
(sobre o estágio realizado no Camará quando cursava Psicologia na Unifesp)




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Finalmente fui ao nordeste! Não conheci o calor das areias das tuas praias, mas conheci o teu calor acolhedor, na comunidade católica sergipana e no povoado do interior baiano. Conheci a força do teu vento, e umas chuvinhas que por vezes fez aproximar-me, reconhecer e pensar: se é (estou em) São Paulo ou se São Paulo é realmente a terra da garoa.

No meio dessa reflexão percebo que os caminhos trilhados levam-me a (re)conhecer essa São Paulo Nordeste ou esse Nordeste São Paulo...

Tainá Moreira Gatti
em 30/07/2014
(sobre a viagem à Lagarto-Se para o XII Fórum de Educação Popular)





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Eu adorei participar do jornal comunitário, quando começou o jornal eu ficava nervoso à toa, depois disso eu fui relaxando ficando um pouco mais calmo. Acredito que essa experiência me trouxe muitos benefícios, eu consigo me comunicar e explicar as coisas com mais facilidade.

Nessas idas e voltas fui me aproximando dos educadores, agora eu falo normalmente com a Maricota, com a Vivi, com a Vanessa, o Danilo, o Caio e a Letícia.

Espero que me convidem para outras atividades, porque sei que tudo que faço no Camará é como um complemento para  o meu conhecimento e experiencia.

Por que eu gosto das atividades? Gosto que escultem minhas opiniões. Gosto do bom humor no caminho do local onde acontecem as atividades, gosto de interagir com pessoas que me respeitem, gosto de conhecer pessoas novas que me passam um pouco do seu conhecimento.

Nesse momento, é disso que eu gosto, mas tenho 99,8% de certeza: Essas atividades me fazem tão bem que estou até quase escrevendo palavras complicadas.....

Vitor Francisco
em 27/05/2014
(sobre o projeto de Jornal Comunitário no SESC Bertioga-SP)

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